Demonstração de Fluxos de Caixa|CRN|Empresa de Contabilidade
A demonstração de fluxos de caixa é uma das cinco demonstrações financeiras reguladas, na área da contabilidade, pelas NCRF (normas contabilísticas de relato financeiro) na qual a norma que regula esta demonstração é a NCRF 2, intitulada de “Demonstração de Fluxos de Caixa”
A DFC é uma ferramenta que apoia a gestão, expressando as saídas e entradas monetárias das empresas (os cash-flows), abrangendo desde recebimentos e pagamentos diretos, até a saídas e entradas indiretas (como recebimentos e pagamentos sobre ativos fixos, por exemplo).
- Tenho de elaborar a demonstração de fluxos de caixa?
Se é uma entidade e optou pelo regime geral, sim! A partir do dia 1 de janeiro de 2010, o sistema de normalização contabilística entrou em vigor tornando assim esta demonstração obrigatória.
Que componentes contêm a demonstração?
- Atividades Operacionais
- As atividades operacionais são todas as atividades que a empresa executa e que são a sua fonte principal de fluxos (não incluindo investimento e financiamento)
- Para o funcionamento normal de todas as atividades, e como fluxos diretos, temos o recebimento por parte dos clientes por parte das vendas ou serviços que prestamos. Os pagamentos com o pessoal também estão diretamente ligados com a atividade, pois sem funcionários não há “produção”
- Atividades de Investimento
- Atividades que impactam com alterações de capital próprio e em empréstimos obtidos.
- Recebimentos e Pagamentos provenientes de financiamentos obtidos, nomeadamente juros, prestações de financiamento, comissões…
- Alterações de capital próprio, como reduções (-) ou realizações (+) de capital próprio, emissão de mais instrumentos, aquisição de quotas próprias, (…)
- Cobertura de prejuízos provenientes dos resultados de anos anteriores.
- Recebimento de doações, (…)
- Atividades de Investimento
- Atividades relacionadas com a aquisição de ativos ou locações a longo prazo.
- Pagamento pela aquisição dos ativos e recebimentos pela venda dos mesmos.
- Recebimento de juros, recebimento de distribuições de dividendos, recebimento de subsídios ao investimento, (…)
Vantagens e Desvantagens do uso da DFC como ferramenta
O uso destas demonstrações de fluxos de caixa contém muitas vantagens:
- Tem-se um maior controlo sobre as saídas e entradas monetárias
- Compreender com mais facilidade se todas as entradas cobrem as saídas
- Facilita tomadas de decisão sobre investimentos
- Visualiza-se a real situação económica da entidade.
Graficamente:
Na parte final da declaração (ver declaração), devemos preencher as variações de caixa e efeitos das diferenças de cambio, caso tenhamos moeda estrangeira em caixa e tenham ocorrido oscilações durante o período.
Mas em que tomada de decisão nós podemos usar esta informação?
Como referido anteriormente, a demonstração de fluxos de caixa auxilia na tomada de decisão e ajuda na hora de decidir em fazer um investimento, mas em termos financeiros, como isso pode ser medido? Bem, é aqui que entra a TIR (Taxa Interna de Retorno).
Para sabermos se um investimento é, ou não, viável, devemos elaborar um estudo, calculando tanto o VAL (Valor Atualizado Liquido) , como a TIR.
A TIR é uma taxa que irá refletir se um projeto irá, ou não, gerar rendimentos face ao seu investimento e custos associados ao longo da sua vida útil.
Se a TIR for positiva, significa que durante a vida útil do projeto, os rendimentos provenientes serão superiores ao investimento e custos associados. Neste caso, devemos investir. Caso a TIR seja negativa, significa que apenas teremos prejuízo durante o período do projeto, e que não é recomendável investir.
Usando o Valor inicial do investimento, e o valor dos cash-flows anualmente, conseguimos concluir se deveremos, ou não, seguir com os projetos. É uma ferramenta de auxílio na gestão de empresas, já que permite analisar de forma económica e financeira as necessidades do investimento e as expetativas do projeto.
Como calcular a TIR em excel?
Uma forma fácil de como calcular a TIR em excel (ver exemplo) sem recorrer a uma calculadora gráfica, é usando um livro do excel.
Demonstrando:
Primeiramente colocamos em formatação de tabela os períodos do nosso projeto.
Os cash-flows colocados nos anos seguintes são os rendimentos que se espera ter desse investimento. Por exemplo: Se o investimento for um ativo, os cash-flows dos anos seguintes serão os rendimentos que a utilização desse ativo gera anualmente, subtraindo todos os custos associados, como depreciações/amortizações, possíveis custos de financiamento (…)
Após termos a tabela da vida útil do projeto composta, iremos adicionar uma linha e digitar a fórmula da TIR: “=TIR” e selecionar as células correspondentes aos valores dos cash-flows, ficando “=TIR(C3:C8)” [Células meramente exemplificativas]
Após digitarmos a fórmula e selecionarmos as células, carregamos na tecla “enter” e irá nos dar uma %.
No nosso exemplo:
A percentagem de TIR que nos deu foi negativa, pois os cash-flows resultantes do investimento durante a vida útil do projeto (5 anos) são inferiores ao valor do investimento. Neste caso, investimos 100 000€ mas os cash-flows são de 89 500€, logo há uma perda monetária de 10 500€. A taxa de torno negativa significa isto mesmo, que o retorno exigido é inferior ao investido.
Nas situações em que a TIR é negativa, não devemos investir no projeto, ou então fazemos alterações no mesmo, como alterar o valor a investir, modificar os custos esperados anualmente, ou aumentar a vida útil do projeto.
Só se deve investir em projetos das quais a TIR dê uma % positiva, e quanto maior a taxa, maior o retorno que esse investimento irá ter.
Caso pretenda aplicar alguma métrica financeira no seu negócio, ou tirar dúvidas sobre esta área contacte para o email info@crncontabilidade.pt, onde será marcada uma reunião e terá todo o apoio de uma equipa multidisciplinar, analistas, técnicas de contabilidade e da contabilista certificado da empresa de contabilidade CRN-Contabilidade, de modo a poder obter apoio à gestão de diversas áreas de atuação ir ao encontro das necessidades e expectativas
Realizado por:
Patrícia Gonçalves
Licenciada em Contabilidade e Fiscalidade
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